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Leonardo Silva
Comentário · há 10 anos
Não posso concordar, pois não é o que eu tenho visto na minha prática profissional.

Em dez anos de advocacia, nunca ninguém entrou no meu escritório dizendo: "Dr., vamos ganhar um dinheiro fácil".

Sem exceção, são pessoas que tem problemas com empresas, que tentam resolver meses a fio, e, muitas vezes, o seu objetivo na consulta é, na verdade, buscar junto a um advogado uma solução extrajudicial para o problema.

Muito se propala a doutrina da indústria do dano moral, mas na verdade, o que eu sempre vejo é a indústria dos funcionários mal treinados, dos SACs que não funcionam, dos prazos que não são cumpridos, dos serviços mal feitos, do descaso, da incompetência.

E, principalmente, a "indústria" que coloca de um lado o gasto com indenizações pífias e advogados que cobram vinte reais para fazer uma audiência, e de outro os custos necessários para prestar serviços de forma competente, preferindo aqueles a estes.

Indústria esta, que é favorável a uma infeliz parcela dos magistrados, que prefere ter menos processos para julgar.

Nunca vou me esquecer que ouvi de um juiz de um JEC, que o JEC não é lugar para resolver disputas de condomínio (onde é então?).

Ou um juiz, que diante de um fato notório, de ampla repercussão na cidade pequena onde ele atua, inverteu contra o consumidor o ônus da prova, e segundo ele se vangloriou, extinguiu mais de 300 ações sobre o mesmo tema. A mensagem é clara: se a empresa quiser fazer algo errado, faça com o bairro inteiro, pois assim os pedidos serão improcedentes. Se for um consumidor só, ele ganha.

E vou além, para dizer que não vejo nem problema, que o dano moral possa implicar em enriquecimento. Em um país onde os órgãos de fiscalização atuam de forma ridícula, se o consumidor fosse premiado toda vez que encontrasse uma falta do prestador de serviço, imediatamente 150 milhões de brasileiros se tornariam em 150 milhões de fiscais do devido cumprimento das leis e de contratos.
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